Guimarães. Raimundo quer "voz da maioria" na autarquia

O secretário-geral do PCP considerou esta segunda-feira que a voz da “grande maioria” da população esteve ausente da Câmara Municipal de Guimarães no último mandato porque a CDU não elegeu vereadores, pedindo que desta vez “ninguém desperdice a oportunidade aberta”.
Num comício no Largo do Toural, em Guimarães — Câmara onde a CDU (PCP/PEV) não tem qualquer vereador desde 2017 —, Paulo Raimundo perguntou quem, no último mandato da autarquia, “deu voz aos moradores dos bairros”, aos pensionistas, “ao problema dos transportes”, “aos trabalhadores e aos seus direitos”, à juventude ou aos comerciantes.
“Ninguém. […] Todos estes problemas, toda esta realidade, que é só a realidade da maioria daqueles que cá vivem e cá trabalham, ficou completamente de fora de toda a discussão da Câmara Municipal de Guimarães”, afirmou.
Perante centenas de pessoas, várias a assistirem de pé porque já não havia lugar nas cadeiras disponibilizadas para CDU para assistir ao comício, Paulo Raimundo defendeu que, “quando a vida daqueles que cá vivem e cá trabalham fica fora da discussão da Câmara Municipal”, então pode-se dizer de “forma muito clara que a Câmara Municipal não está a responder às necessidades do seu povo”.
“E quando as matérias que dizem respeito à vida da maioria ficam fora da discussão política, caros amigos e camaradas, é certo e sabido, as decisões que se tomam nesse executivo são decisões erradas, […] são decisões ao serviço de uma pequena minoria, da especulação, das negociatas”, disse, criticando a gestão PS.
O secretário-geral do PCP considerou que o desafio que se coloca atualmente é, no próximo domingo, garantir que se “vota na CDU, a voz que faltou, que não pode continuar a faltar na Câmara Municipal de Guimarães”, no distrito de Braga.
“Daqui fazemos um apelo à população de Guimarães: não deixem que ninguém decida por vós. Nós não precisamos de gritaria, nem de barulho. Nós não precisamos de ‘faz de conta’. Nós precisamos de força às exigências”, disse, pedindo à população que não se iluda e não desperdice “a oportunidade que está aberta”.
Paulo Raimundo defendeu que, nos tempos atuais, “complexos, confusos, de mentiras”, é particularmente importante que se vote na CDU.
“Nestes tempos de demagogia, de soluções fáceis, de ódio, nestes tempos de divisão, os trabalhadores desta terra, com anos de experiência e de luta acumulada, as populações desta terra […} perante o apelo à divisão têm de responder com unidade, unidade, unidade. E a unidade constrói-se aqui, nesta força”, disse.
Antes de Paulo Raimundo, discursou Heloísa Apolónia, dirigente do Partido Ecologista “Os Verdes” (PEV), que apelou diretamente ao voto na CDU em Guimarães nas eleições autárquicas, defendendo que os próprios adversários da CDU reconhecem que, para a coligação, “palavra dada é palavra cumprida”.
Heloísa Apolónia referiu que a CDU exerce os seus mandatos com “grande responsabilidade” e “não vota contra por votar contra, nem vota a favor por votar a favor”.
“Nós analisamos as propostas concretas e tudo aquilo que for em prol do desenvolvimento de Guimarães, terá o nosso voto favorável”, prometeu.
Por sua vez, a candidata da CDU à Câmara Municipal de Guimarães, Mariana Silva, do PEV, defendeu que a coligação faz falta na autarquia porque, “nos últimos dois mandatos, quase não se deu pela oposição”.
“Os problemas dos vimaranenses não foram discutidos. Não lhes foi dada a voz que mereciam e que merecem. Não passaram as portas de Santa Clara ou foram, muitas vezes ignorados. Com mais CDU, será possível contribuir para um concelho onde se vive melhor. Um concelho para todos”, disse.
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